terça-feira, 20 de março de 2007

LIMITE

Impuseram 20 linhas. Todos a postos: canetas e lápis. Apontar. Já! Dias depois o resultado: lamentamos, mas no momento não podemos ajudá-lo. Mais um, dois, três testes. Nenhum emprego. E a possibilidade de outras aventuras estava mais e mais distante. Sempre as tais 20 linhas. Nunca chegava ao fim das vinte linhas, a letra um garrancho. Aquele frio na barriga na hora do teste era uma constante assim como as dores de cabeça na véspera. Sempre com as 20 linhas vinha o indefectível medo. Naquela noite, pôs-se a escrever terrivelmente os seus sonhos, no dia seguinte o cotidiano, os dias passaram, não saia mais de casa, nem comia. Quando o encontraram, tinha uma caneta sem tinta à mão. Na foto, dava pra ver na parede: essa caneta podia ser um rosa.

por andré fernandes

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